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Ultrassonografia Transvaginal nas primeiras semanas de gestação

por Thainá Halac
ultrassonografia-transvaginal

Sempre quis saber o motivo pelo qual a ultrassonografia transvaginal é a mais indicada nas primeiras semanas de gestação. Imagino que essa dúvida não seja somente minha, então pedimos à Doutora Mariana Strieder, médica Radiologista, para nos esclarecer:

“A ultrassonografia transvaginal (USGTV) é um exame não invasivo, de baixo custo, boa tolerância à dor pelas gestantes e que permite ao médico avaliar com riqueza de detalhes o embrião, a vesícula vitelínica, se há gestação múltipla e determinar de forma mais assertiva a idade gestacional.

No exame transvaginal, o transdutor – uma sonda especial, envolta com um preservativo e lubrificada com gel específico para melhor conforto da paciente – fica em contato muito próximo com o colo uterino, propiciando uma melhor formação da imagem, que se torna mais nítida se comparada ao exame realizado por via supra-púbica (abdominal).

Estruturas com 1 mm são vistas com perfeição, por isso em casos de gestação inicial (menor que sete semanas) e sangramento vaginal no primeiro trimestre, é o exame mais indicado por permitir visualizar melhor pequenas alterações como os hematomas subcoriônicos (descolamento da placenta), ausência de batimentos cardio-embrionários, gestações ectópicas (nas trompas) ou até mesmo a ausência do embrião em gestações precoces com até dez semanas de evolução.

Contudo, exames de ultrassonografia transvaginal realizados muito precocemente, antes da sexta semana de gestação, podem trazer muita ansiedade ao casal pelo fato do embrião ser muito pequeno: às vezes o óvulo fecundado ainda não pode ser visualizado e o batimento cardíaco se torna audível pela ultrassonografia apenas por volta da sexta semana.

Por isso um conselho: é melhor que as mamães controlem a ansiedade e deixem para fazer a USGTV após a sétima semana de gestação. Nesta fase, a ultrassonografia será útil para a determinação da idade gestacional, detectar gestação múltipla e também para avaliação do útero e dos ovários.

Um pouco mais à frente, entre a 11ª e 13ª semana de gestação, é feita a primeira ultrassonografia morfológica do bebê: a translucência nucal e a verificação de existência do osso nasal. No Brasil, este exame de rotina faz parte do pré-natal e é feito no primeiro trimestre com o principal objetivo é ajudar a detectar síndrome de Down e outras anomalias cromossômicas, além de problemas cardíacos. Aqui é importante destacar que a partir de 14 semanas, não se pode mais fazer o exame, porque o espaço deixa de ser transparente na imagem do ultrassom.

Nesta fase, a ultrassonografia transvaginal pode ser revertida na maioria das vezes em uma ultrassonografia supra-púbica (por cima da barriga). Com o feto maior e os avanços tecnológicos dos aparelhos de ultrassonografia com relação à definição e nitidez de imagem, em geral não há mais necessidade da ultrassonografia ser feita por via vaginal a partir deste período gestacional. No entanto há alguns casos em que o posicionamento do feto prejudica a avaliação por parte do médico, sendo necessário o acesso ainda pela transvaginal, o que permitiria a execução do exame com resultados fidedignos.”

 

Mariana Strieder é médica radiologista, diretora e responsável técnica pela Masd Diagnósticos por Imagem. Pós-Graduada em Diagnóstico por Imagem e Cirurgia Vascular e possui título de Especialista em Diagnóstico por Imagem pelo Colégio Brasileiro de Radiologia.

 

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