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{Carta para Felipe – 1 mês}

por Thainá Halac
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O Carnaval deste ano não foi igual aos anteriores. Não teve fantasia, não teve cerveja, não teve purpurina, não teve baile. Para nós, dois loucos pela folia de Momo o prognóstico é de que não seria fácil passar o nosso feriado favorito em casa, sem ver o movimento de colombinas, sereias e unicórnios. Contudo o destino é sempre sábio: nada mais justo do que para um casal que se conheceu às vésperas da folia ter um filho que nasceria em fevereiro.

E foi assim que nos deixamos levar há um mês pelo bloco “quem não chora não mama” de um menino lindo, quietinho e gorducho. Foi o bloco do amor, da paixão à primeira vista. O bloco da mamãe zumbi. A minha fantasia favorita tem um espelhinho na cabeceira da cama para verificar se ele está respirando. O meu coração pulsa mais do que a bateria Furiosa quando​ ele esboça algum choro na madrugada. É o bloco das dúvidas, das incertezas, das inseguranças. Da mãe recém-nascida que passa noites em claro estudando a melhor posição para um arroto, monitorando golfadas e avaliando se o melhor é colocar de lado ou de frente para dormir.

Foi o bloco da cólica. Da culpa por aquele feijão que comi. Aliás, junto com o filho nasce a danada da culpa, essa desgraçada que anda de mãos dadas com o instinto de proteção. Foi o bloco das primeiras descobertas, do primeiro sorriso. De saber que ele reconhece o meu cheiro. De achar uma delícia cheirinho de cocô depois que ele se espreme todinho no meu colo com algum incômodo. Enlouqueci, admito. Apenas me abracem e me aceitem.

Foram muitos embalos na madrugada com marchinhas de Carnaval. Não cantem nenhuma cantiga tradicional para o Felipe dormir. Não haverá êxito. Ele gosta mesmo é de agito! Vale até mesmo axé. Constatar que o ápice da felicidade foi ouvir o esquenta da verde e branca de Padre Miguel é saber também que desde sempre os filhos escolhem as preferências. Não quis saber do meu Salgueiro, tampouco da Portela do pai. Salve a Mocidade!

Esse é o meu guri, que comprova a máxima das vovós: a fruta nunca cai longe da árvore. Nunca. Filho, obrigada pelo melhor Carnaval da minha vida! Que venham muitos ao seu lado.

Felipe, obrigada por ter me escolhido! Vamos juntos nesta caminhada!

*Carta escrita em 08/03/2017

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