fbpx

Como é o exame de histerossalpingografia (HSG)

por Thainá Halac
histerossalpingografia-como-e-o-exame

O nome é feio. Os relatos assustam. Mas a histerossalpingografia (HSG) é o único exame que de fato identifica as condições das trompas de falópio – se são permeáveis, se há alguma obstrução e até mesmo se existem ou não por conta de alguma má formação.

Recomendado por muitos obstetras quando há dificuldade para engravidar, o exame muitas vezes é associado à gravidez logo na sequência. As tubas uterinas são dois tubos de aproximadamente 10 centímetros localizados em cada lado do útero. Obstruções nestas trompas – ou ausência delas – são as principais causas de infertilidade feminina. O exame também pode ajudar a identificar outras alterações, tais como:

  • Hidrossalpinge (acúmulo de líquido dentro das tubas uterinas);
  • Bloqueio das trompas por infecção ou cicatrização;
  • Fechamento e reabertura das trompas em procedimento de esterilização;
  • Espasmos tubários.

histerossalpingografia

Existe período para realizar o exame?

A histerossalpingografia deve ser realizada uma semana após a menstruação e antes da ovulação, entre o 6º ao 12º dia do ciclo menstrual.

Qual era a minha indicação?

No meu caso, havia a indicação do exame desde os 22 anos. Tive uma apendicite que supurou e contaminou a trompa direita. Assim, ela teve de ser extraída na cirurgia e me restou a da esquerda. Claro que fiquei apavorada à época com a possibilidade de não poder gerar uma criança. Mas minha ginecologista, com toda paciência, sempre me dizia que não seria nenhum impeditivo – afinal, muitas mulheres engravidam com uma só trompa, caso, por exemplo, das que passaram por uma gestação tubária.

Mas eu tinha medo. Medo de ser difícil. Medo do exame, um verdadeiro bicho de sete cabeças. Medo do diagnóstico, de não poder engravidar. Dez anos se passaram até que chegou o momento de tentarmos. Eu e meu marido levamos quase um ano de tentativas. Exames todos certos, nenhum indicativo de alteração hormonal. Era chegada a hora dos exames mais invasivos, incluindo a histerossalpingografia.

Eu me enchi de coragem e marquei o exame. Busquei informação na internet e sempre ficava apavorada: muitas mulheres relatavam desmaios, que não conseguiam seguir, dores profundas, machucados. Mas eu precisava seguir em frente e tentar.

Escolhi fazer na Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro. O exame foi coberto pelo plano de saúde e pelas minhas pesquisas era uma nova técnica, única na cidade, com cânula mais fina, descartável e flexível (as anteriores eram de metal), promovendo redução da dor.

Preparação para a HSG

  • Tomar laxante prescrito pelo médico na noite anterior à realização do exame para esvaziar os intestinos e permitir que o útero e as estruturas em volta sejam vistas com clareza;
  • Esvaziar a bexiga antes do procedimento;
  • Alertar sobre possível alergia ao contraste iodado;
  • O metal pode interferir com a máquina de raios-X, por isso é necessário remover qualquer metal do corpo antes do exame, como jóias, objetos e roupas metálicas ou aparelhos removíveis;
  • Evitar relações sexuais alguns dias antes e após o exame;
  • Relaxar e manter a calma, pois a ansiedade pode aumentar a percepção da dor;
  • Cerca de 15 minutos antes, pode-se administrar um analgésico como Buscopan para reduzir o desconforto das cólicas.

Finalmente, o dia do exame

Era uma tarde fria, chuvosa. Meu marido não pôde acompanhar. Coube à minha mãe a difícil missão. Ela se atrasou. Quando chamaram pelo meu nome eu chorava, tremia, tive uma crise nervosa. Era um misto de medo da dor física com apreensão pelo diagnóstico. As enfermeiras e médicas foram maravilhosas. Conseguiram me acalmar e me deram água, conversaram, foram pacientes.

Relaxei e enfim chegou a hora. Na realização do exame, em posição ginecológica, o médico pinça o útero e faz uso de contraste com iodo, que é injetado por uma cânula pelo colo do útero até chegar às trompas. Doía. Muito mesmo, como se fosse uma cólica menstrual muito forte. Mas suportável, mesmo com as lágrimas descendo.

Duas médicas acompanharam o exame: uma que faz o procedimento e a outra na cabine, vendo o raio-x. Lá da cabine, a médica gritou: “são permeáveis!”. Fiquei quieta porque não sabia o que isso queria dizer e porque afinal eu só tinha uma trompa, por que ela falou no plural?

Foi aí que a médica veio em minha direção e disse: “olha, o diagnóstico vai sair em instantes, mas para te acalmar, as trompas não têm obstrução alguma. E sim, digo as trompas porque o médico que operou você deixou a pontinha da direita, que mesmo sendo minúscula, cumpre a função. Pode ir para casa e aproveita para namorar porque você vai engravidar”.

laudo de histerossalpingografia

Em casa, segui sangrando por uma semana e bem dolorida. Mas depois passou!

Já tinha ouvido diversos relatos de mulheres que engravidaram logo após o exame. Assim como amigas que não conseguiram em seguida. A teoria é que o iodo utilizado como contraste promoveria uma “limpeza” nas trompas, facilitando a fecundação.

Fato é que logo depois engravidei. Já não estava mais na loucura das tentativas – acho que isso ajudou também – e demorei a descobrir porque não senti nada na gravidez inteira. Na primeira ultra do Felipe, a surpresa: eu havia engravidado da trompa direita, aquela que eu achava que não existia. E descobri que tinha, sim, um pedaço minúsculo que contribuiu para gerar o meu melhor pedacinho.

ultra de 7 semanas de gravidez

 

Conhece alguém com dificuldade para engravidar e indicação para fazer a histerossalpingografia? Compartilhe esse post!

 

Você também vai gostar

Deixe um comentário

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Se estiver de acordo, clique em aceitar. Aceitar Leia Mais