Sempre ouvi questionamentos sobre o álcool e a amamentação. Felipe vai completar um ano e seis meses e eu sigo amamentando, contudo nesse período nunca tomei um porre. No máximo dois copos de cerveja, uma ou duas taças de vinho ou espumante.
Logo que Felipe nasceu, esperei que ele completasse três meses – o sistema digestivo do bebê ainda é muito imaturo no início – para voltar a tomar a minha tacinha.
E vou confessar a vocês: joguei muitas vezes fora o meu “líquido de ouro” porque queria beber uma taça de vinho e achava que isso faria mal ao Felipe! Então quando bebia algo, tinha todo trabalho de tirar o leite antes com a bomba elétrica, reservar para oferecer ao meu filho, e depois ainda tirar o leite após o consumo da bebida e descartar.
Ao longo da minha jornada de lactante, busquei respaldo em dois pediatras reconhecidos mundialmente: o espanhol Dr. Carlos Gonzalez (amor verdadeiro, amor eterno) e o papa da amamentação, o canadense Jack Newman, que recentemente atualizou um artigo científico confirmando presença ínfima de álcool no leite materno quando as bebidas são consumidas com moderação.
A nutricionista Joana Adnet causou rebuliço nas redes sociais ao publicar a treta que envolve aleitamento materno e consumo seguro de álcool. Segundo o post, “o teor de álcool no leite materno fica em torno de 0,02% após ingerir um drink com cerca de 60ml de vodka (que tem 40% de álcool) + 300ml de soda. De acordo com a legislação brasileira, uma bebida é considerada não-alcóolica quando contém menos de 0,5% de álcool”.
Essa quantidade exemplificada teria muito mais álcool do que tem um copo de cerveja ou taça de vinho, por exemplo. E 0,02% é como diluir 30ml de vodka em mais de 6 litros de água.
A conclusão é que o bom senso é fundamental. Então, uma lactante tomar uma taça de vinho ou dois chopes, ou mesmo uma capirinha com bastante gelo, não vai deixar bebê nenhum bêbado por mamar no peito.
Claro que o consumo não deve ser frequente para não impactar negativamente na amamentação inibindo a produção de ocitocina. E ninguém que cuida do bebê deve fazê-lo em estado alterado de consciência por qualquer droga lícita ou ilícita. Nem pai, nem avós, nem cuidadores e nem mães.
Vamos diminuir a culpa materna e encorajar mães à amamentação prolongada. Pode beber (pouco) e amamentar, sim!
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