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O preconceito de amamentar crianças maiores em público

por Thainá Halac

Precisamos falar sobre o preconceito com as mães optam pela amamentação prolongada. Sinto isso na pele quase todas as vezes que amamento meu filho, hoje com quase um ano e seis meses, em público.

Não foram poucas as vezes que sugeriram que eu “cobrisse o peito com paninho”. Por quê? Dessexualizem os peitos das mães. Deixem os bebês mamarem em paz!

Apesar de recomendada pela Organização Mundial da Saúde, a amamentação estendida ainda é vista com estranhamento no Brasil. A orientação é clara: amamentação exclusiva com leite materno até os seis meses e prolongada por dois anos ou mais. De acordo com a OMS, apenas 26% dos bebês são amamentados até essa idade. No país, cerca de 60% deles não contam com o benefício da amamentação materna até o sexto mês. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, por aqui amamentação exclusiva dura em média 51 dias, menos de 2 meses.

Ouço muitos argumentos (errados, sem base científica) de que o leite nesta fase é fraco ou que a amamentação prolongada faria com que Felipe retardasse seu desenvolvimento – afirmação totalmente falsa, já que estudos demonstram que os bebês que recebem o aleitamento materno no segundo ano de vida, com a introdução correta e aceitável dos alimentos complementares, são mais maduros e independentes que os demais.

Já sofri muito, já me questionei se estava fazendo o certo, mas sigo com as minhas renúncias  – que vão desde a privação do sono até a escolha do meu guarda-roupa com vestimentas que facilitem a amamentação – em prol da saúde do meu filho e de todo conhecimento que adquiri com a maternidade e que me dão os argumentos necessários para combater o preconceito e lutar em favor do aleitamento materno.

Digo mais: o preconceito maior vem, pasmem, das próprias mulheres, que sempre me questionam se não está na hora de parar de amamentar o Felipe. Só vamos vencer o preconceito com conhecimento e difusão de informação. A criança amamentada tem sua taxa de QI aumentada. A amamentação impacta ainda no sistema de saúde, já que aumenta a imunidade da criança, prevenindo doenças, infecções e até mortes. Estamos falando de menores chances de sobrepeso e diabetes.

Aproveito para agradecer meu marido, que depois de entender a importância do aleitamento sempre me incentiva a continuar e da minha mãe, que foi uma verdadeira “torcedora”, fundamental para o início da lactação. Sem vocês, a minha rede de apoio, eu não conseguiria persistir!

Por aqui vamos seguir, sim, com Felipe mamando no peito até pelo menos dois anos.

Alguma mãe passando pelo mesmo por aí? Compartilhe esse texto!

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