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Desmame gentil e gradual

por Thainá Halac

Foi uma linda história de amor. Assim poderia resumir o período no qual amamentei Felipe. E também de resistência, resiliência, persistência, doação. Tanto pela minha parte quanto por ele. A troca mais pulsante que já vivi.

Há muito adiava o desmame porque eu sempre gostei de amamentar. Felipe também amava esse nosso momento, então eu morria de pena de interromper e não queria que terminasse de forma abrupta e traumática. Porque se ele sofresse, eu sofreria ainda mais. Por muitas vezes pensei em nem chegar até os dois anos de idade porque de fato é muito cansativo e restritivo: ele queria mamar sempre, por tédio, por dor, por carinho, para dormir, como sobremesa após comer e, principalmente, a noite inteira usando a sucção como mecanismo para adormecer novamente. Ou seja, tudo normal para a idade dele.

Pouco antes de completar dois anos de idade, comecei o processo, conversando com ele e dizendo que já era um rapaz, que ele tinha outras maneiras de ficar próximo da mamãe, que ele já não precisava mais mamar. Ele me ignorava solenemente e pedia “tête” em seguida. Comprei livros, lia para ele mas nunca percebi que ele de fato absorvia o que eu falava. Passei também a fazer combinados, para que ele não passasse o tempo inteiro comigo mamando. Também foi fundamental começar a perguntar quando era sede (e oferecia água), fome ou vontade de dormir, porque quando queria atender a uma dessas três necessidades fisiológicas ele sempre procurava o peito antes – mesmo sendo uma criança que se alimenta bem desde a introdução alimentar.

O peito foi virando um passatempo e Felipe mamava mais do que quando era RN, inclusive na noite. Até que numa madrugada dessas de open bar de leite na mamãe meu bico realmente machucou.

Tive todo cuidado em dizer a ele que eu tinha me machucado – para não provocar nenhuma culpa nele -, mas aproveitei o momento para tentar o desmame. Quando ele pediu, disse que não podia dar, mudei o foco do assunto, sugeri uma brincadeira. Passamos o dia assim e ele aceitando todas as vezes nas quais eu recusava. À noite me preparei para uma guerra. Mas ele se deitou, fiz um carinho e ele adormeceu.

Desde então ele nunca mais pediu para mamar. Foi mais tranquilo, muito menos traumático (para mim e para ele) do que eu poderia imaginar. Acredito muito que ter seguido até 2 anos e 3 meses mamando ajudou bastante em todo o processo, já que ele teve a maturidade necessária para entender que o peito não o acalentava mais, mas que estávamos aqui prontos para oferecer carinho, aconchego e segurança de outras maneiras.

E a sua história de amamentação e desmame, como foi? Queremos saber!

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