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Cama compartilhada: tudo que você queria saber!

por Thainá Halac
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Foto: Renata Missagia

Cama compartilhada é sempre um assunto polêmico. Principalmente porque o sono do bebê já é motivo para muitos questionamentos e o motivo é um só: queremos que os nossos filhos tenham padrão de sono semelhante ao de um adulto.

Bebês dormem como bebês. O ciclo de sono deles é diferente do nosso. Soma-se a isso o fato da segurança: nós também acordamos diversas vezes durante a noite, mas sabemos virar para o lado e continuar a dormir. Eles precisam de ajuda, pelo menos até dois anos e meio / três anos, quando em geral a criança começa a dormir oito horas seguidas pelo menos.

Pessoalmente sou contra “treinamentos” para “ensinar” o bebê a dormir. Primeiro porque eu não tenho estrutura psicológica para ouvir meu filho berrando e não acolher, não pegar no colo, não dar carinho, não oferecer o peito.

Segundo porque durante a maternidade fui lendo uma série de autores associados à criação com apego que me convenceram dos prejuízos neurológicos que desencadeiam uma série de inseguranças emocionais no futuro da criança que chora pedindo ajuda e os pais não atendem. Porque é assim que eles se sentem: pedindo socorro a quem mais ama, mais confia e ninguém retribui. O que esses autores defendem é que a criança aprende desde cedo que está sozinha no mundo, que não deve confiar em ninguém. E acaba dormindo de exaustão.

Isso não me parece razoável. Mas em contrapartida, quando voltei a trabalhar, a privação do sono ficou ainda mais latente. Eu precisava dormir um pouco mais.

Felipe ficou no nosso quarto até os quatro meses, quando fizemos a transição para o bercinho dele porque ele não cabia mais no Moisés que ficava ao lado da nossa cama. Ele se adaptou bem, acordava para mamar e voltava para o berço. Ficamos nesse esquema até os dez meses – às vezes o trazia para a nossa cama às 6h, na última mamada – quando resolvi adotar de vez a cama compartilhada por uma questão de praticidade, já que me pouparia ter que levantar diversas vezes no meio da noite.

É confortável? Não. Por vezes Felipe quer dormir em cima de mim. Meu marido passa muitas noites fora da nossa cama. Mas entendemos que é um período. E pelo menos eu durmo e não desperto para amamentar.

Prós e contras da cama compartilhada

A cama compartilhada também é indicada por evitar morte súbita. Pode ajudar o bebê a dormir melhor, já que quando acorda vê os pais e se sente protegido.

Outro ponto que sempre me questionam é sobre a intimidade do casal. É óbvio que não temos vida sexual tão ativa quanto antes do filho – se você tem, devo lhe parabenizar porque estamos diante de uma exceção. Mas isso não é culpa da cama compartilhada. E sim da privação do sono, do cansaço, dos hormônios (amamentar derruba a libido, mas tomar pílula anticoncepcional também #tragoverdades). E quando um casal quiser fazer sexo pode procurar outros pontos da casa, o que pode até dar um up na relação, concordam? Sair da mesmice da cama, gente! Mas é mais fácil colocar a culpa na criança dormindo no quarto dos pais, né?

Também falam muito sobre o excesso de dependência emocional. Nos primeiros anos de vida nossos filhos são muito dependentes de nós. E o caminho para a emancipação é sobretudo dar mais segurança, mais carinho, mais proximidade. Afastar só piora as coisas. Eu mesma dormi muitas noites com os meus pais na infância e só tenho boas lembranças da sensação de aconchego e proteção.

Outro “conselho” que ouço sempre é de que ele dormirá a vida inteira na nossa cama. Para eles digo que uma hora Felipe vai procurar a cama dele, o espaço dele, dormir com mais conforto. Certamente ele não estará dormindo na nossa cama por toda a vida. Mas poderá voltar sempre que quiser, sempre será bem-vindo ao nosso quarto.

Queremos saber a sua opinião sobre a cama compartilhada. Conta aqui nos comentários!

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