Felipinho, dez meses, meu amor! As memórias recentes já dão lugar à saudade de quando você ainda era um pacotinho e cabia todo no meu antebraço. Custava a acreditar quando me diziam para aproveitar mesmo os momentos difíceis porque passaria muito rápido. Passa mesmo. Como eu queria que o tempo voltasse!
Por isso trato de aproveitar todos os momentos com você, mesmo que seja no grudinho da madrugada – o open bar de leite no peitão da mamãe continua firme e forte! – quando nós dois adormecemos no sofá, numa simbiose de amor. É bem verdade que agora invariavelmente você me acorda com uma dentada. E gargalha com o meu susto enquanto vou à Lua e volto. Sim, você tem quatro dentinhos muito eficientes! Ando ainda mais apaixonada por este sorriso do que quando era totalmente banguela.
Na verdade sigo me apaixonando por você todos os dias. Pelo denguinho que você faz quando quer colo. Pelas gracinhas. Pela dancinha que sacode esse corpinho gostoso. Por este topete estiloso. Por essas perninhas fofinhas. Por esse pezinho com cheiro de Cheetos. Pelos gritinhos. Pelo jeito que você me abraça quando tomamos banho. Pela sua felicidade ao ver água. Pelo carinho no meu cabelo com essas mãos tão pequenas enquanto te amamento. Pelos bracinhos e perninhas que se agitam quando me percebem pelo vidro da creche e que dão sentido a todo um dia de trabalho longe de você.
O repertório ampliou e virou praticamente um kit-sobrevivência: vovó, água e tchau. Você até ensaia um “papai”, mas “mamãe” que é bom, nada! Espertinho, em vez de engatinhar quer ganhar na conversa e instiga os amiguinhos a buscarem para você os brinquedos mais distantes. Começa a querer ficar em pé, mesmo que ainda se canse rápido. Não deve ser fácil sustentar esses 10,200 kg distribuídos em 73 cm, né?
É tanta novidade, é tanto amor, é tanta saudade que eu fico me perguntando como vivi tanto tempo sem você. Obrigada por vir, obrigada por existir, por ser meu, por me ensinar todos os dias. Viva o dia 8!
*Carta escrita em 08/12/2017