A escolha da creche na qual os filhos irão estudar é sempre muito difícil para os pais. Fatores como proximidade de casa ou do trabalho do pai ou da mãe (ou de qualquer outro responsável que fique com a incumbência de levar e buscar a criança, como os avós) devem ser preponderantes, contudo há ainda mais aspectos que devem ser observados.
Sempre que possível peça referências e indicações de amigos – aqui conto a minha experiência com Felipe – sobre os estabelecimentos. Ao pesquisar os preços, não esqueça de perguntar, além da mensalidade, sobre taxas (matrícula, material) e custos de atividades e horas extras. A Isa fez uma lista com o valor de mensalidade de várias creches aqui no Rio. Fundamental também verificar se os horários disponibilizados estão de acordo com as suas necessidades.
Um dos primeiros questionamentos deve ser se a creche é legalizada pela prefeitura local. Isso permite que uma série de normas elaboradas pelo Ministério da Educação e pela secretaria municipal de ensino sejam respeitadas e fiscalizadas por estes órgãos, assegurando conformidade aos serviços oferecidos.
Outro ponto importante a ser observado é a linha pedagógica. Piaget, Construtivismo e Montessoriano são alguns dos mais utilizados no Brasil atualmente. Há uma série de métodos e cada escola deve escolher o seu para que o ensino tenha coerência e a criança seja estimulada corretamente. Aqui cabe observar também que cada método deve se adequar ao tipo de vida, aos anseios da família e, claro, à personalidade da criança.
A legislação atual define berçário como o primeiro período escolar, até 3 anos e onze meses de idade – na qual a frequência do aluno não é obrigatória e sim facultativa. No Rio de Janeiro, as creches municipais oferecem o serviço desde os seis meses, mediante uma fila de inscritos. As particulares costumam aceitar a partir de quatro meses, data na qual termina a licença maternidade segundo as normas trabalhistas do regime CLT, adotado pela maioria dos empregadores.
O que observar ao escolher a creche?
Após escolher as creches que se adequam à sua logística e ao seu bolso, é chegada a hora de agendar as visitas para conhecer de perto as instalações. Aqui temos 22 questionamentos que devem ser feitos para embasar sua decisão:
- Número de crianças por turma: quanto menor a turma, melhor. O número máximo permitido por sala no berçário são 24 bebês, sendo que precisa ter uma professora e uma auxiliar a cada seis crianças. Acho este número por turma um exagero. Creio que no máximo 12 bebês é o ideal;
- As instalações são adequadas e ventiladas para receber bebês?
- Se tiver ar condicionado, o ideal é que mantenham pelo menos uma janela aberta (com tela de proteção!) para que a proliferação de doenças seja evitada, mantendo ainda o ambiente em temperatura agradável para os pequenos;
- Exigem caderneta de vacinação atualizada para a matrícula?
- Se os brinquedos são limpos e com qual a periodicidade é feita a limpeza;
- Quantidade de refeições e se há cardápio (peça uma cópia!) elaborado por nutricionista;
- Se os profissionais do berçário usam tocas descartáveis na cabeça para não deixar cair cabelos;
- Se as pessoas que frequentam o berçário entram descalças e/ou com proteção descartável nos pés;
- A sala das crianças é adequada? Oferece algum risco de segurança? Há tapetes de EVA para absorver o impacto em caso de queda? Quinas? Proteção com grades e telas?
- O trocador é um espaço limpo e higienizado?
- Como é feita a higiene (banho e troca de fraldas) das crianças? Com qual frequência ou critério?
- Há berço para que os bebês possam dormir? Importante verificar também se a cabeceira é inclinada para evitar refluxos e também se não há tecidos que possam provocar sufocamentos nos berços. Pergunte também sobre a troca da roupa de cama: periodicidade ou se deve ser levada de casa por cada responsável e devolvida ao final da semana para limpeza
- Há médico responsável pelo estabelecimento que faça o acompanhamento das crianças e afaste-as em caso de suspeita ou diagnóstico de doenças, alertando os demais pais de alunos?
- Há seguro-saúde em caso de acidentes?
- Peça para visitar a cozinha. As instalações são limpas? As comidas são frescas ou congeladas?
- Verifique a qualidade da água. Há filtros? Compram água mineral?
- Há espaços externos, como solários? São extremamente importantes para que criança pegue sol todos os dias, o que evita doenças e ajuda na absorção de vitamina D;
- Qual é o protocolo para afastar o aluno por febre ou doença?
- Há atividades extras para estimulação? Psicomotricidade, Natação, Sala de Leitura, Horta, Aula de Música, Areal?
- Como é a rotina da criança na creche?
- Para que possa se planejar, pergunte sobre o funcionamento em feriados municipais e estaduais e também sobre recessos de final de ano;
- Último e talvez mais importante: observe se as crianças e profissionais parecem felizes no local e como todos abordam as crianças, principalmente nos momentos difíceis, como choros.
O que diz a legislação?
Cada município tem a sua legislação, sempre em conformidade com o Ministério da Educação. Destacamos aqui partes importantes das deliberações previstas em Lei para o Rio de Janeiro. Importante verificar quais são as da sua cidade, que precisam estar disponíveis nas publicações do Diário Oficial ou até mesmo na secretaria de Educação ou Conselhos Regionais:
- A modalidade creche organiza-se, conforme a faixa etária de: a) zero até 11 (onze) meses – Berçário I; b) 1 (um) ano até 1 (um) ano e 11 (onze) meses – Berçário II; c) 2 (dois) anos até 2 (dois) anos e 11 (onze) meses – MaternaI I; d) 3 (três) anos até 3 (três) anos e 11 (onze) meses – Maternal II
- Os critérios para a organização de grupos decorrerão das especificidades do Projeto Político-Pedagógico, atendida a seguinte relação criança/profissional, considerando professor e auxiliar: I – Na faixa etária de zero a um ano e onze meses, para cada grupo com o máximo de vinte quatro crianças, em espaços físicos distintos ou não, um professor, exigindo-se um auxiliar para cada grupo de até seis crianças. II – Na faixa etária de dois anos até dois anos e onze meses, para cada grupo com o máximo de vinte quatro crianças, em espaços físicos, distintos ou não, um professor, exigindo-se um auxiliar para um grupo de até quinze crianças e dois auxiliares a partir da décima – sexta criança. III – Na faixa etária de três anos até três anos e onze meses, para cada grupo com o máximo de vinte quatro crianças, em espaços físicos, distintos ou não, um professor, exigindo-se um auxiliar para um grupo de até vinte crianças e dois auxiliares a partir da vigésima – primeira criança.
- A equipe pedagógica nas instituições privadas de Educação Infantil será composta por Diretor, Coordenador Pedagógico e Professores.
- Os espaços utilizados pelas crianças do Berçário I e II – sejam os destinados a atividades, ao repouso, às instalações sanitárias, à recreação e ao lazer- deverão ser claramente definidos, de maneira a ser garantido o seu uso com exclusividade ou que, havendo necessidade de serem compartilhados, o sejam, apenas, com as crianças das demais faixas etárias da Educação Infantil.
- O berçário para crianças com até um ano de idade, deve ser provido de berços individuais, área livre para movimentação das crianças, locais para amamentação e para higienização, com balcão e pia, e espaço apropriado para o banho de sol;