Já relatei neste post aqui que a amamentação não foi algo tão orgânico na minha vida. Tive que insistir, contei com uma rede de apoio e na primeira semana de vida do Felipe finalmente conseguimos amamentar de maneira frequente e com a pega correta.
A falta de informação é a maior inimiga da amamentação exclusiva. Muitas vezes tentando ajudar, parentes, amigos e até profissionais de saúde menos atualizados podem, sem querer, fazer com que o bebê não estimule corretamente o seio e atrapalhando tanto a produção de leite quanto a prolongação da amamentação. O binômio informação + paciência é fundamental para o sucesso.
Tenha sempre em mente que o peito não é estoque, é fábrica! Ele produzirá exatamente a quantidade que o seu bebê demanda. Leva um tempinho até a produção regularizar, mas não existe mãe sem leite, nem tampouco leite fraco. E nem sempre a criança quando chora está com fome! Consulte sempre seu pediatra, verifique o ganho de peso da criança. Se necessário, complemente com fórmula, mas acredite: a amamentação exclusiva é o melhor para o seu filho.
Ao longo da gravidez também me ajudou muito ler o livro do pediatra catalão Doutor Carlos Gonzalez Manual Prático de Aleitamento Materno e assim que Felipe nasceu segui todas as dicas das consultoras do Instituto Fernandes Figueira, no Rio de Janeiro.
Confira abaixo a lista com o que deu certo para o sucesso da amamentação exclusiva:
- Não é preciso preparar o seio – esqueça as dicas de esfregar com bucha vegetal ou expor ao sol o bico do peito. Isso pode acelerar o parto e não há nenhuma evidência científica de que isso fortalecerá o tecido para amamentação;
- Não ofereça nenhum outro tipo de bico – a famosa “confusão de bicos”. Portanto esqueça a chuquinha, chupetas, mamadeiras e afins. A pega do bico artificial é bem diferente do bico do peito, então isso pode fazer com que o bebê deixe de sugar da maneira devida e com que a produção de leite seja reduzida. A pega errada está inclusive associada a alguns casos de mastite e infecção.
- Ofereça em livre demanda – ajuda a regularizar e manter a produção de leite, além de todos os benefícios de segurança emocional para o bebê. Lembre-se: peito não é estoque é fábrica!
- Tenha uma rede de apoio – é FUNDAMENTAL ter uma torcida organizada para que você consiga amamentar. No meu caso o meu anjo de guarda foi minha mãe, que trazia Felipe para amamentar e encaixava na posição correta no meu seio;
- Deixe o bico respirar! – se possível, fique sem blusa no início. Isso ajuda na cicatrização e mantém o seio livre da umidade e bactéria do sutiã por conta dos vazamentos de leite que podem ocorrer.
- Ocitocina – eu tive parto cesariano. A ocitocina me ajudou muito a regular a produção de leite no início. Era espirrar no nariz e o líquido jorrar. Consulte seu médico sobre a possibilidade de usar este artificio pelo menos no primeiro mês;
- Não use conchas nem bicos de silicone;
- Relactação – se mesmo assim você não conseguir e quiser amamentar, pense em usar uma sonda para leite artificial (relactação), como essa aqui:
Sabemos que não é fácil, mas com paciência a gente consegue! Todas as mulheres são preparadas para amamentar, umas com mais facilidade, outras com menos.