No Brasil, segundo a FGV, 48% das mulheres são demitidas após o retorno da licença maternidade. Isso gera uma série de consequências negativas na estruturação da carreira da mulher, mesmo nos dias de hoje.
O guest post de hoje é com a Ana Homem, da Workamamy, uma plataforma que conecta mães que querem retornar ao mercado de trabalho a mães que auxiliam nessa jornada através de cursos on line.
Medo de perder o emprego
Uma dessas consequências negativas é o medo de perder o emprego ao saber da gravidez. Há uma “névoa” entre as profissionais, que diz que ela será demitida quando voltar, pois, “todo mundo” sabe que isso é “normal”. O medo vem acompanhado de baixa produtividade, insegurança e instabilidade emocional que por conta dos hormônios da gravidez, só pioram a forma como essa mulher encara a gravidez.
As mulheres são preteridas para determinadas vagas
Outra consequência muito comum é a não contratação de mulheres para certos cargos, por julgarem que ela não ficará totalmente disponível para a função, pois terá que se dividir entre os cuidados com o filho.
E, se o filho ficar doente, ela poderá ter que se ausentar.
A falta de equidade nesse quesito acontece, pois, além do período de licença só ser concedido à mulher, os cuidados sobre “a cria” ainda são vistos como obrigações exclusivamente femininas.
O retorno ao mercado de trabalho
Quando a demissão de fato acontece, o retorno ao mercado de trabalho para essas mulheres costuma ser mais árduo pois, durante os processos seletivos, elas não se sentem acolhidas ou compreendidas. Ainda há o medo de não serem contratadas pois, com filho pequeno a empresa julga que essa profissional não seria tão dedicada quanto uma pessoa sem filhos.
Esses são parte dos relatos que ouço todos os dias aqui na Workamamy, empresa que fundei para auxiliar mulheres demitidas após a maternidade a retornarem ao mercado de trabalho.
A Workamamy
Quando eu passei por uma demissão depois de ter meu terceiro filho, senti que seria dura a minha volta. Passei a pesquisar sobre o que o mercado de trabalho estaria exigindo para que eu pudesse me aperfeiçoar e entregar isso à próxima empresa que fosse trabalhar.
Ao me aprofundar nas pesquisas, percebi que as competências comportamentais, ou soft skills estavam sendo um diferencial importante nas contratações. Algumas empresas inclusive vêm adotando a prática de não olhar para as hard skills (habilidades técnicas) do profissional e sim, olhar para ele como indivíduo que pode contribuir ou não com a empresa de acordo com suas competências de comportamento.
Isso fez com que eu me avaliasse como profissional e entendesse quais eram as áreas de comportamento que eu deveria melhorar: inteligência emocional, atenção aos detalhes, capacidade de me comunicar, capacidade de resolver problemas complexos… tudo isso são áreas que o mercado passou a valorizar e eu teria uma bela jornada de autodesenvolvimento para trilhar nesse sentido.
Mas e se eu não só desenvolvesse essas competências, como também auxiliasse outras mulheres, já que somos tantas desempregadas a se desenvolverem também? Foi assim que nasceu a ideia de montar uma plataforma que conecta essas mães que querem voltar a trabalhar, com mães que já desenvolvem essas competências através de cursos on line.
Desde que fundei a Workamamy, venho conversando com mulheres nas mais diferentes situações. Umas querem voltar ao trabalho logo, outras preferem dar um tempo, outras optam por empreender, como foi o meu caso, mas todas querem uma única coisa em comum: desempenhar sua profissão e sua maternidade em equilíbrio, pois já está mais do que na hora de não precisarmos optar entre ter uma carreira e ser mãe.
É totalmente possível exercer os dois papéis de forma equilibrada, fazendo as escolhas certas. Só precisamos desenvolver empatia, ter apoio e equidade entre os papéis de pais e mães com relação aos cuidados com os filhos.
Para conhecer um pouco mais sobre a Workamamy, acesso o site www.workamamy.com.br ou siga nas redes: http://instagram.com/workamamy e http://facebook.com/workamamy