Os andadores há anos não são mais indicados para estimular os bebês a andar. Os motivos são muitos, mas no topo da lista estão os riscos com acidentes e, pasmem, o atraso no desenvolvimento psicomotor da criança.
Antigamente quase todos os bebês eram colocados em um andador quando começavam a ficar em pé, na busca de estímulos para os primeiros passinhos. Eu mesma tenho foto, trinta e quatro anos atrás, me exibindo para as câmeras com o brinquedo.
Atualmente, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) condena os andadores e o Canadá proibiu o uso do aparelho desde abril de 2007. Ao longo das três últimas décadas, artigos médicos têm alertado para o grande risco do andador, que anualmente causa cerca de dez atendimentos nos serviços de emergência para cada mil crianças com menos de um ano de idade. Nos Estados Unidos, num período de 25 anos, foram registradas 34 mortes causadas por andadores, um número nada desprezível.
Ignorando esses dados, o andador continua sendo utilizado por cerca de 60 a 90% dos bebês entre 6 e 15 meses de idade. Os motivos alegados pelos pais para colocarem seus bebês em andadores incluem dar mais segurança, independência e promover o desenvolvimento. Argumentos todos refutados por ortopedistas e pediatras.
Listamos os 5 prejuízos do andador ao desenvolvimento do bebê
- O andador atrasa o desenvolvimento psicomotor da criança. Em geral, bebês que utilizam andadores levam mais tempo para ficar de pé e caminhar sem apoio. Além disso, engatinham menos e têm escores inferiores nos testes de desenvolvimento.
- Os malefícios não param por aí: casos de “pernas arcadas” ou pés pronados excessivamente, que exigem correção clínica, podem estar relacionados ao uso do andador. O bebê no andador adota uma postura incorreta, podendo provocar no futuro, má postura, problemas na coluna ou até ao andar. Além disso, quanto mais o bebê fica no andador, menos ele engatinha e este exercício de engatinhar e de levantar e sentar de forma constante é essencial para desenvolver a força nos músculos das pernas para que ele consiga andar sozinho.
- Pode prejudicar as articulações do bebê, havendo risco de lesões.
- Os riscos de acidentes são enormes, podendo o andador tropeçar em obstáculos ou até mesmo virar. O bebê cai e corre o risco até mesmo de um traumatismo craniano.
- O desenvolvimento intelectual também pode ser comprometido, já que o bebê que fica preso no andados não explora o ambiente à sua volta.
Nem mesmo o apoiador – tipo de andador vertical, no qual a criança segura as barras e empurra o brinquedo – é recomendado pelos médicos, já que atrapalha a autonomia e desenvolvimento da criança.
Há um movimento muito intenso na Europa e nos Estados Unidos no sentido de que legislações semelhantes à canadense sejam aprovadas e postas em prática, uma vez que todas as estratégias educativas têm falhado na prevenção dos traumatismos por andadores. Enquanto esta lei não vigora no Brasil, fica o alerta para os pais, com o intuito de evitar expor os bebês a um produto perigoso e absolutamente desnecessário.
Aqui no blog já abordamos como estimular os primeiros passos de maneira segura, respeitando o tempo e todas as fases motoras do bebê. Lembrando sempre que cada criança tem o seu tempo e até um ano e meio é normal se o bebê não andar sozinho.