Tenho lido muito sobre Disciplina Positiva desde que soube que Felipe estava a caminho. E procuro me reeducar para implementar tudo que aprendo com ele, pois acredito que a filosofia pavimenta o terreno para uma educação respeitosa, com base em empatia e afeto, resultando em segurança emocional.
Uma frase que me impactou positivamente é “os pais que somos formarão os adultos que teremos”. Então desde que Felipe nasceu, procuro ser uma mãe que procura a conexão antes da correção, com foco em solução de problemas e não em punições.
Muitos pensam que a Disciplina Positiva é um meio de tornar os nossos filhos obedientes, mas passa longe disso. É mais sobre nós do que sobre os nossos filhos, justamente porque nós precisamos, primeiro, desconstruir em nós o modelo de autoridade paterno e materno.
Mesmo diante de algum descontrole emocional do meu filho, procuro me colocar no lugar dele, entender seus sentimentos no momento, ajudá-lo a identificar as sensações. Isso para mim também é um aprendizado constante, já que o maior impulso é responder ao bebê apenas com uma negativa, sem explicar o motivo e muito menos sem ajudar a criança a ter autonomia para entender e resolver as questões.
Claro que isso é muito mais trabalhoso do que simplesmente dizer não ou colocar de castigo. Mas educar dá trabalho, né? Desde que comecei a me interessar pelo assunto, tenho lido os livros da Dra. Jane Nelsen, bestsellers em todo o mundo quando o assunto é esse conceito que tem por objetivo “encorajar crianças e adolescentes a tornarem-se responsáveis, respeitosos, resilientes e com recursos para solucionarem problemas por toda a vida”.
O cerne da filosofia é a premissa de que disciplina pode ser ensinada com firmeza e gentileza, sem punição, castigo ou recompensa. Antes, os teóricos Pavlov e Skinner (principalmente) afirmavam que “o adulto tem controle efetivo sobre o comportamento da criança”. Com o conceito de Disciplina Positiva da Dra. Jane Nelsen, a criança desenvolve um senso de aceitação e contribuição em família.
Quatro sugestões para colocar a Disciplina Positiva em prática
Devemos respeitar nossos filhos e jamais desqualificar o que eles estão sentindo. Mostrar que também somos humanos, que também erramos. Parece simples, mas o cotidiano nos faz atropelar e isso pode prejudicar todo o processo. Então, em uma situação de descontrole emocional, devemos:
- Demonstrar empatia: colocar-se no lugar da criança e reforçar que você entende e valida o sentimento dela;
- Oferecer ajuda, sem impor;
- Usar frases do tipo: “Como posso te ajudar?”, “Como vamos resolver essa situação?” ou ainda “Eu te entendo e imagino como está se sentindo”;
- Quando a situação sair do controle, é preciso admitir as falhas. Outro ponto importante estimulado pela filosofia é lidar com a (nossa) culpa.
Mãe e pai podem extravasar, sim! Mas não é gritando porque aí estaremos passando uma mensagem contrária a toda essa filosofia. Se acontecer algum descontrole (às vezes acontece!) é importante reconhecer o erro, pedir desculpas, explicar.
Já me descontrolei com Felipe? Sim. E imediatamente me retirei da sala, me acalmei e pedi desculpas a ele. Expliquei que a mamãe estava cansada, trabalhando muito, sem dormir, mas que nada disso justificava minha impaciência com ele. Eu converso, pergunto o que está acontecendo, se posso ajudar. Ofereço água, pergunto se ele está com sono, fome, de que forma podemos resolver. Digo que o entendo. Ele vai se acalmando até que volta à normalidade.
É importante entender o que ajuda o seu filho. Estabelecer cooperação. Tentar junto encontrar o que seria a solução. Acolher.
Livros sobre Disciplina Positiva
Há muito o que falar sobre Disciplina Positiva e esse texto é apenas uma introdução ao assunto. Não sou especialista em educação e todas as informações ditas aqui são com base em leituras, cuja bibliografia segue abaixo. Recomendo muito!
Disciplina positiva: O guia clássico – Jane Nelsen
Cómo educar con firmeza y cariño* – Jane Nelsen
* comprei pelo Kindle, não sei se há versão disponível em português
Bésame Mucho – como criar seus filhos com amor – Dr. Carlos Gonzalez
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