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Terrible ou Wonderful Two: como reagir a comportamentos agressivos dos filhos?

por Thainá Halac

Uma das fases mais desafiadoras dos pequenos é entre 1 ano e meio e 3 anos de idade. Comumente conhecida como “terrible two” (terríveis dois), prefiro chamar como é vista por muitos psicólogos e pediatras atualmente: “wonderful two” ou “maravilhosos dois”.

É muito difícil ver que o até então bebê doce e calminho se transformou em um potencial agressor, que a qualquer momento pode bater ou morder o amiguinho. E acreditem: é tão ruim ser a mãe do que é agredido quanto a do que agride.

Por aqui tenho passado por esse momento com Felipe. A escola me relata que ele é calmo e obediente. Inclusive ele retorna frequentemente mordido e eu não faço qualquer interferência porque acredito na mediação feita pela escola entre os alunos – eles estão aprendendo a lidar uns com os outros, é absolutamente normal. Mas quando estamos apenas nós, em pracinhas por exemplo, Felipe algumas vezes já demonstrou reações mais agressivas, nas quais precisei intervir para evitar que machucasse um colega e, principalmente, para ensiná-lo que não era a melhor maneira de se impor e resolver qualquer conflito.

A verdade é que este comportamento agressivo faz parte do desenvolvimento normal dos pequenos. Respostas como chutes, mordidas, pontapés, dentre outros, acabam sendo uma alternativa quando eles ainda não conseguem comunicar-se perfeitamente e possuem pouco controle sobre os impulsos, porém, têm uma vontade enorme de se tornarem independentes.

Essa é a fase do egocentrismo da criança. Ela não quer ser contrariada e precisa gritar ao mundo suas vontades. Por isso tendo a concordar e achar de fato maravilhoso: elas estão descobrindo que têm voz, que podem escolher, que precisam ser ouvidas. Juntando isso à fase oral, temos aí a conjuntura ideal para que as mordidas sejam a primeira resposta das crianças nessa fase a alguma frustração.

Por aqui, procuro sempre:

  1. Afastar da situação e impedir a agressão (se possível);
  2. Se já aconteceu, explique que não pode bater, empurrar ou morder o colega porque isso machuca;
  3. Ajude a criança a nominar o sentimento e se coloque no lugar dela, com frases como “mamãe entende sua frustração porque você queria muito descer no escorrega agora, mas é preciso aguardar a sua vez”;
  4. Diga que é preciso saber dividir;
  5. Se não adiantar, mudar o foco para outro brinquedo ou atividade pode ser uma alternativa;
  6. Oferecer água pode ajudar a criança a se acalmar;
  7. Ficar atento se a criança está com cansaço, fome ou sono.

Não devemos:

  1. Ridicularizar ou humilhar a criança;
  2. Repreender com agressividade;
  3. Comparar aos outros colegas;
  4. Pedir para abraçar a outra criança em seguida, já que o sentimento não será genuíno.

Por ainda não terem total domínio da fala e tampouco da nomenclatura dos sentimentos, tendem a usar o corpo para resolver conflitos. Portanto é normal que o primeiro instinto seja uma briga para resolver algo. E cabe a nós corrigir, oferecer alternativas de resolução e criar empatia da criança com o outro colega, como já falamos aqui no post sobre Disciplina Positiva.

Uma criança que morde ou bate precisa ser advertida, mas de forma amorosa. Não é fácil. Mas vai passar!

 

Conhece alguma criança passando por essa fase? Compartilhe esse post!

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