Principalmente para os pais de primeira viagem, saber quando levar o bebê ao Pronto Socorro muitas vezes é uma incógnita. Com a chegada do inverno, febres e problemas respiratórios tendem a lotar ainda mais as emergências.
Infelizmente a realidade da saúde pública brasileira obriga muitas crianças a frequentarem hospitais sem necessidade. Mas para aqueles que têm um pediatra de confiança, seja particular ou pelo plano de saúde, é importante verificar se o médico é disponível, atende ligações fora do horário comercial (a maioria das doenças piora durante a noite e madrugada) ou responde mensagens pelos aplicativos de celular disponíveis.
Particularmente sempre evito ao máximo levar Felipe à emergência. Verdade que ele ainda não ficou doente nesses dezesseis meses, só teve cólicas e resfriado. Inclusive, falamos delas em As temidas cólicas começaram. E agora?
Contudo, procuro manter a calma, observar o quadro e tentar controlar os sintomas com as orientações do pediatra dele até que ele possa se consultar.
Alguns fatores que me fazem manter distância das emergências pediátricas:
- Pronto Socorro é o ambiente onde se concentram a maior parte dos quadros infectocontagiosos que buscam atendimento e que são transmitidos pela proximidade em qualquer ambiente;
- A probabilidade do bebê ser contaminado com algo ainda pior é enorme;
- Apesar do pediatra do meu filho atender muitas outras crianças, ele conhece o meu bebê clinicamente;
- Nem sempre as crianças que vão à emergência estão com suas vacinações em dia, com alimentação adequada e isso pode predispor esse grupo a situações de risco;
- Além disso, pela rotina de atendimento do Pronto Socorro as crianças são submetidas a mais exames complementares do que os necessários para uma avaliação mais precisa.
Lembro que logo que começou na creche Felipe teve um resfriado, com dificuldade de respirar pelo excesso de catarro e um pouco de febre. Como o quadro não regrediu com antitérmico recomendado pela pediatra, e era domingo, ela pediu que o levássemos à emergência para um colega avaliar. Meu filho teve um diagnóstico de bronquiolite, foi submetido a Raio-X, medicações com broncodilatadores e, quando o levei na consulta com a médica dele no dia seguinte, em uma ausculta ela pediu que fossem suspensos todos os remédios porque o que ele tinha era um resfriado comum. No dia seguinte Felipe estava recuperado.
Quando ir à emergência pediátrica?
Muitas são as situações que podem requerer avaliação de urgência. Acidentes, traumas, quedas, intoxicações, convulsões, queimaduras, crianças que colocam corpos estranhos em nariz, ouvido, boca, vagina ou ânus, sangramentos pelas fezes, pelos vômitos são algumas dessas situações. Outros quadros que necessitem de medicação intramuscular ou endovenosa, como vômitos, desidratação, dificuldades respiratórias importantes, choro constante, também devem merecer atendimento mais urgente.
E se o bebê apresentar febre?
Febres acima de 39º em bebês que não arrefecem com antitérmicos também necessitam de urgência na avaliação, já que existe o risco de convulsão.
Aliás, a febre é um dos sintomas que mais gera corridas ao Pronto Socorro. Na verdade, a febre é apenas a indicação da presença de uma infecção ou de alguma inflamação. Observe o seu filho: se a criança está prostrada durante a febre, mas ao normalizar sua temperatura volta a se alimentar e a agir normalmente, não há razão para alarme.
Mais uma vez: mantenha contato com o pediatra e verifique outros sintomas. Se a febre persistir por 48h e o médico não puder avaliar em consultório, também recorra ao hospital.
Alterações respiratórias: quando procurar a emergência?
É horrível ver o bebê com nariz obstruído e dificuldades para mamar ou se alimentar por conta do desconforto para respirar. Mas nem sempre o melhor a fazer é ir ao hospital. Portanto, observe:
- Aumento no número de respirações por minuto;
- Respiração curta e muito rápida pode indicar que uma pessoa está tendo dificuldade para respirar ou não recebendo oxigênio suficiente;
- Chiado ou respiração rude: assobio no peito ou costas da criança quando respira;
- As mudanças de cor – azulada vista ao redor da boca ou nas unhas pode ocorrer quando uma pessoa não está bem oxigenada;
- Suor: com o aumento da frequência da respiração pode ocorrer sudorese na cabeça e a pele continuará fria.
Todos os sintomas acima podem preceder quadros de bronquiolite, pneumonia e alergias respiratórias. Além da inalação, que costuma ser indicada pelos pediatras, pode ser necessário fazer exames de imagem e clínicos para que se tenha diagnóstico preciso e precoce, buscando identificar a doença no início para que a recuperação seja mais rápida.
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