Parece que todos os momentos importantes da minha vida precisam vir acompanhados de uma dose extra de emoção.
Assim foi no nosso casamento, quando há uma semana da celebração, recebi a notícia de que teríamos que trocar de casa de festas. Para a nossa felicidade o problema foi resolvido e a festa rolou na mais perfeita animação.
No nascimento das meninas, fugimos ao comum: um parto normal (Alice) e uma cesariana (Lara), como contei no meu Relato de parto de gêmeos.
Não bastasse toda essa adrenalina, a dose extra ficou por conta do bolo da babá, que resolveu desistir aos 45 do segundo tempo, depois de acertada a sua contratação há mais de dois meses.
Vamos aos detalhes dessa história.
Desde outubro, estávamos procurando uma babá para as meninas, que eram previstas para nascer em março.
Entrevistamos cerca de 5 candidatas e decidimos por uma que tinha referências de uma paciente do André. Pela entrevista e pelos feed backs recebidos dos contratantes anteriores, foi a que pareceu melhor preparada e mais adequada para exercer os cuidados com as nossas filhas.
Em razão disso, aceitamos pagar 30% a mais do que havíamos previsto.
Outro ponto que contou a seu favor foi a idade. Não queria que a babá fosse muito nova, para que, em tese, tivesse mais comprometimento, e nem que tivesse idade avançada, para ter energia para aguentar o tranco de duas recém-nascidas.
Ela não teria que cuidar de dois bebês, já que eu estaria disponível nesses primeiros meses, mas dar apoio para dois é diferente de dar apoio para um. Há mais energia envolvida.
Ela tinha 40 anos, filhos crescidos e procurava um emprego para dormir. Tudo estava casando com as nossas necessidades.
Na época, ela estava trabalhando em uma outra casa.
Explicamos que as gêmeas eram previstas para março, mas que havia chances dos nascimentos ocorrerem antes. Por isso, ficou combinado que iríamos avisa-la sobre o andamento da gestação, para que ela pudesse ir lá para casa quando as meninas nascessem.
Assim que as meninas nasceram, em uma quinta-feira, 25 de fevereiro, meu marido ligou para avisá-la.
Ela confirmou que estava tudo certo e que estaria à disposição. Perguntou se precisávamos que ela fosse para a maternidade. Mas achamos desnecessário, já que tinha o apoio dele, da minha mãe e da minha sogra.
Combinamos de ligar para avisá-la sobre o dia certo que iríamos para casa, mas que, provavelmente, seria na sexta ou no sábado.
No domingo, já em casa, o André ligou para ela e surpresa: a babá falou que o sogro havia morrido e que a filha grávida estava internada.
Ok! Imprevistos e perdas acontecem e nada mais justo que uma mãe apoiar a filha em um momento difícil.
Quando o André questionou sobre a previsão do dia que ela poderia efetivamente começar a trabalhar, ela foi evasiva e falou que não sabia quando e que não tinha qualquer previsão.
Naquele momento, percebemos que não tínhamos mais babá.
Foi um tremendo desespero! Minha mãe estava disponível para me acompanhar durante um bom tempo, mas nossa programação era ter uma profissional capacitada, disponível por 44 horas semanais.
Começamos a buscar uma alternativa, através de nossas redes de contatos e de amigos para tentar contratar uma babá urgente.
Na entrevista, a babá furona havia indicado uma empregada que já vinha trabalhando lá em casa há uns três meses. Em janeiro e fevereiro, em razão de uma cirurgia, essa empregada havia colocado a sua sobrinha para trabalhar no seu lugar.
Quando a empregada e sua sobrinha ficaram sabendo do bolo que levamos, elas propuseram revezar o cuidado com a casa e com as meninas.
Como eu pensava que a acumulação das duas funções por uma pessoa, não era a melhor saída, pensei em manter a empregada nas funções atuais e fazer um período de experiência com a Juliana (a sobrinha), como babá.
A Juliana é técnica em enfermagem, tinha cerca de 21 anos na época, trabalhava como babá folguista de duas crianças (3 e 7 anos), mas não tinha experiência com recém-nascido.
Nesse momento, não tínhamos muito escolha. Estávamos ali, com dois recém-nascidos e um problema para resolver.
O André estava muito receoso pela inexperiência e pelo jeito pouco despachado dela.
Mesmo assim, insisti para fazermos um teste e, assim, a Juliana começou como babá das meninas, no dia 7 de março.
Eu havia lido muito sobre os cuidados com o recém nascido. Na teoria, era praticamente uma expert! 😂😂
A Juliana, apesar de não ter experiência com bebês muito pequenos, era atenciosa, carinhosa, paciente e muito boa ouvinte para atender as instruções que eu ia passando.
Conforme eu ia trocando a fralda, fazendo a mamadeira, preparando o banho, etc eu ia explicando e indicando como gostaria que fosse feito.
Além disso, ela é muito calma e na dela. Tem um jeito parecido com o nosso e isso facilitou a convivência. Nosso apartamento anterior era muito pequeno. Acredito que a convivência não seria tão harmoniosa com a outra babá, que era mais falante e agitada.
As primeiras duas semanas sem esse apoio até que foram mais tranquilas do que eu esperava.
Mas isso só aconteceu porque contei com a ajuda da minha mãe, que ficou em minha casa direto, e com a ajuda da minha sogra que, sempre que podia, vinha nos acudir.
Claro que o trabalho era maior, mas adorava cuidar das meninas e, como nesse início, elas dormiam muito, acabou sendo mais tranquilo.
Em relação a nova babá foram necessários ajustes, mas isso é natural. Ambas estão se ajustando à contratação.
E, como há muito dizem, a males que vem para o bem.
A babá anterior teve a serventia de nos apresentar uma empregada que foi ótima enquanto trabalhou aqui e a atual babá das meninas.
A Juliana trabalha aqui há dois anos e estamos satisfeitos.
Sem essa passagem da babá furona em nossas vidas, não teríamos estas funcionárias.
Abaixo a foto de nossas fofurinhas – nem tão fofas assim! 😂😂😂 – nos primeiros dias de vida, ainda maternidade.