Em pouco tempo você começa a perceber que o seu bebê pequeno e fofinho vai crescendo e se tornando uma criança agressiva com os primos, coleguinhas e até mesmo com você.
O que torna as crianças de até 4 anos tão agressivas?
A agressividade infantil é comum até os 3 a 4 anos. Ela acontece porque as crianças ainda não desenvolveram formas de expressar, entender e lidar com os sentimentos, principalmente, os de insatisfação. Como a expressão verbal ainda não está 100% desenvolvida, a criança usa a agressividade como uma forma de expressão mais ampla.
Ao sentirem que estão sendo contrariadas ou que os seus desejos não serão atendidos, encontram na agressividade uma forma de se proteger contra os sentimentos de frustração, angústia e raiva. Eles ainda não sabem como se expressar corretamente e a fase de agressividade faz parte do seu processo de desenvolvimento.
Como os pais podem lidar com esse tipo de atitude das crianças?
Para lidar com essas atitudes das crianças, primeiro é necessário observá-las para entender o que causa essa reação e qual é a melhor forma de ensiná-las a lidar com esses sentimentos.
Só os pais sabem a melhor forma de lidar com seus filhos. Porém, é muito importante que os 2 passos a seguir sejam seguidos:
– Estar aberto aos sentimentos – é importante que os pais deixem claro que estão sempre disponíveis para ouvir o filho, prontos para ajudar a solucionar o problema sem violência. Os pais precisam demonstrar com as palavras e atitudes que estão sempre dispostos a escutar os sentimentos dos pequenos. Além de incentivar que as crianças falem sobre os seus sentimentos através de histórias e brincadeiras.
– Estabelecer limites claros – por meio de uma comunicação afetiva e clara ao mesmo tempo, as crianças precisam compreender as regras da casa, o que é permitido ou não fazer. A criança precisa entender claramente quais são os limites.
– Deixar clara a relação de causa e conseqüência – Após estabelecimento das regras, também é necessário que sejam informadas para as crianças as consequências que serão atribuídas caso as regras não sejam cumpridas. Aqui não cabe ameaça, mas sim um diálogo claro e amoroso explicando a relação de causa e consequência de cada atitude da criança. Quando chegar o momento da agressão por parte da criança, é importante que a consequência seja aplicada imediatamente para que a relação de causa e conseqüência fique explícita.
– Se atentar a todos os aspectos da comunicação – muitas vezes a criança pode não entender por completo o que os pais estão verbalizando, por isso é importante que os pais pratiquem uma comunicação ampla com seus filhos. Nesse sentido o tom de voz e o ambiente em que a conversa é realizada são fundamentais para que a criança compreenda o que está sendo comunicado pelos pais.
– Praticar o reforço positivo – o reforço positivo é essencial para essas situações. Procure elogiar e recompensar de alguma forma o bom comportamento e as atitudes positivas das crianças.
– Entender que cada filho é singular – cada criança é um laboratório à parte e reage de maneira diferente à mesma comunicação. Entenda que o tratamento da agressividade não é o mesmo para todas as crianças.
Quais os comportamentos que os pais não devem ter?
Lidar com as birras e atitudes violentas dos filhos não é uma tarefa fácil para os pais. Aqui vão algumas dicas do que os pais devem evitar ao máximo:
– Discurso inconsistente – é necessário que os pais mantenham uma postura firme e consistente conforme os limites pré-estabelecidos. Uma causa muito comum da insegurança nas crianças é a percepção de que não há um consenso entre os adultos da casa.
– Devolver a violência – de forma alguma os pais devem devolver a violência das crianças com mais violência! Essa atitude dos pais reforça o comportamento que está sendo repreendido, gerando um resultado negativo.
– Reagir exageradamente – a resposta emocional dos pais deve ter a mesma medida da agressão. Quando os pais reagem de maneira exagerada, a criança entende que aquele comportamento e aprende a usá-lo como uma arma sempre que necessário.
Quando os pais encontram dificuldades em lidar com os comportamentos agressivos
das crianças, o acompanhamento com um psiquiatra infantil é aconselhável. Um
especialista pode ajudar no diagnóstico e plano de ação para solucionar o
problema familiar.
Esse Guest post foi escrito pelo Dr Daniel Filho.
Dr Daniel Filho é Psiquiatra , Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento, especializado em Psiquiatria da Infância e Adolescência.
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