Muitas famílias optam por ter as crianças em casa nos primeiros anos de vida, mas é inegável o ganho cultural e, principalmente, social que as crianças que frequentam as creches alcançam. Vejo pelo Felipe, que desde os seis meses está matriculado no Berçário 1, como ele é mais sociável e estimulado do que as crianças da mesma faixa etária que não estão ainda na escola. Durante a minha licença maternidade, Felipe ia todos os dias pela manhã pegar sol e brincar na pracinha com as outras crianças. Mesmo assim ele não avançou tanto quanto quando começou a frequentar a escola.
Convivia com muitas cuidadoras na pracinha e sempre fiquei incomodada como as crianças ficavam “jogadas” e elas conversando, ou no WhatsApp. Não queria isso para o Felipe e não estando em casa, não teria como controlar. A criança fica com a cuidadora para brincar, ser estimulada, não para ter apenas alguém que tome conta dela enquanto os pais se ausentam. Claro que sempre existem exceções, mas é extremamente difícil encontrar alguém que de fato esteja preparado (e disposto) a estimular os bebês como deveriam.
É muito importante que eles tenham contato com outras crianças e quando a creche segue as normas estabelecidas, consegue avançar muito nas questões perceptivas e cognitivas. Outra observação interessante é que na creche ele tem atividades que dificilmente eu conseguiria oferecer em casa com uma cuidadora ou até mesmo sozinha, se eu não trabalhasse. Lá ele tem aulas de psicomotricidade, música, sala de leitura. Também acho importante o acompanhamento da nutricionista, que elabora um cardápio com todas as necessidades da faixa etária dele, com opções diferentes para almoço e jantar, garantindo que ele consuma todos os grupos de alimentos aos quais tem necessidade.
Na creche também ele está livre de que ofereçam açúcar e alimentos processados, que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) não devem ser ingeridos por crianças até dois anos. Em casa dificilmente eu conseguiria seguir este cardápio com rigor. Ah, na creche ele come muito melhor do que comigo, não porque ele não goste da minha comida, mas porque as crianças costumam copiar as outras. Então se ele vê o amiguinho comendo, quer participar também!
O contra da creche são as doenças. É inevitável que seu filho tenha contato com outros bebês e se contamine com uma virose ou resfriado. Mas este contato é importante para a criação de anticorpos e o aleitamento materno exclusivo até os seis meses e a continuação até os dois anos garantem imunidade extra, fazendo com que eles quase não fiquem doentes. Felipe em oito meses frequentando a creche teve apenas um resfriado e uma virose. Acho que passamos no teste!
Ajuda muito também se a creche tiver um pediatra à disposição para avaliar os alunos. Na creche em que Felipe está matriculado todas as quartas-feiras a médica avalia todos os alunos do berçário e quando é identificado algum fator que possa proliferar doenças o aluno é afastado e uma circular é enviada aos pais da turma para que os demais sejam observados quanto aos mesmos sintomas.
A exigência da caderneta de vacinação atualizada também deve ser cumprida, já que a imunização por meio destes antídotos é fundamental para a saúde pública e combate a doenças graves e até erradicadas.