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A importância dos objetos de transição

por Thainá Halac

Os objetos de transição são mais do que os primeiros amigos da criança na primeira infância: eles trazem segurança e acalmam o bebê, sendo muito importantes para o desenvolvimento psicológico.

O termo apareceu pela primeira vez em 1953, nas pesquisas do pediatra e psicanalista inglês Donald Woods Winnicott. Ele classificou como objeto de transição qualquer coisa à qual o bebê e a criança se apeguem após os quatro meses de vida – período após a exterogestação em que o bebê começa a entender que ele e a mãe não são a mesma pessoa.

É então que o bebê passa a “substituir” a figura materna por qualquer objeto que demonstre apego. Felipe por exemplo demorou a demonstrar interesse por algum objeto de transição. Até tentei apresentar naninhas, fraldinhas, mas ele não se afeiçoou. Aqui a primeira lição: não adianta tentar interferir nessa escolha, em geral a criança elege o objeto favorito.

Quando eu já não tinha mais esperanças, com quase um ano de idade ele elegeu o cobertor como esse objeto. É engraçado, ele parece o Linus, da turma do Charlie Brown. Não consegue dormir sem alisar aquele pano. Ele vai se acalmando, relaxando e fechando os olhinhos.

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O objeto também não precisa ser único: há crianças que escolhem até três, quatro ou mais objetos de transição. Recentemente Felipe ganhou também uma tartaruga de pelúcia – ele ama o animal, tanto que uma das primeiras palavras foi “teteteti”, que com muito custo entendi que era o réptil em questão! – e também passou a carregar o bichinho de um lado para o outro.

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Da mesma forma, algumas crianças simplesmente não escolhem objetos de transição e podem passar a vida infantil toda livre deles.

Devemos controlar o uso do objeto de transição?

A resposta é não! É uma fase transacional muito importante para a criança. O desapego ao objeto costuma acontecer entre 3 e 5 anos de idade. Após essa fase, vários fatores contribuem para que ele passe por momentos conturbados se não conseguir largar dos objetos. Casos de bullying na escola, por exemplo, não são tão incomuns e podem representar problemas para seu filho.

Crianças que passam por mudanças de países ou até mesmo pela separação dos pais, convivendo em casas diferentes e com mudança de rotina podem ter no objeto a segurança necessária para enfrentar a nova realidade.

Em viagens também o objeto pode ajudar a criança a dormir com mais facilidade caso estranhe o ambiente.

Também é comum que crianças levem o objeto para a adaptação escolar. Especialistas indicam que devemos permitir, contudo deve ser algo associado somente ao período de adaptação, não podendo se estender.

A melhor orientação é acompanhar essa fase importante do seu filho e nunca, jamais, jogar o objeto fora. Desfazer-se dele pode causar traumas na criança e prejudicar o amadurecimento psicológico.

 Podemos lavar o objeto de transição?

Por aqui costumo lavar, sim. Como agora ele elegeu dois objetos transacionais – o cobertor e a tartaruga de pelúcia – lavo um e substituo com o outro. Pode ser que a criança estranhe o cheiro, mas por uma questão de higiene vale correr o risco!

O bebê de vocês tem algum objeto de transição? Queremos saber!

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