Mãe de primeira viagem, eu tive dúvidas sobre qual conduta adotar na pracinha com os famosos embates infantis por conta de empréstimo de brinquedos.
Inicialmente, fazia de tudo para que Felipe emprestasse o objeto com o qual ele estava brincando e que despertou o interesse de outro bebê. Mas aos poucos percebi que com essa atitude eu não estava respeitando meu filho e talvez estivesse passando uma mensagem equivocada para ele.
Claro que desejo que meu filho não seja egoísta, que seja participativo e colaborativo. Mas se eu ficasse insistindo para que ele abrisse mão do brinquedo que está com ele, como ele vai se impor diante da vida?
Talvez a nossa capacidade de dizer “não” e aceitar coisas que nos incomodam venham dessa imposição. Tanto quanto meu filho precisa aprender a ceder, ambos precisam saber esperar a vez, já que nem sempre teremos o que queremos.
Por volta de dois anos de idade as crianças começam a se interessar em brincar com um amiguinho, não somente sozinhas. Fica mais fácil de propor um empréstimo. Quando Felipe não quer, ofereço outro ao amigo, desvio a atenção. O mesmo faço quando meu filho quer brincar com algo que não o pertence: pergunto se o amiguinho deixa e em caso de negativa, digo que é do amigo e que ele tem o direito de não querer compartilhar naquele momento.
A minha obrigação é ensiná-lo a opção do compartilhamento. Emprestar sempre? Não. Sempre que possível! Porque vai ter hora que isso não é possível nem para o seu filho, nem para o meu. Seja no parquinho ou na vida adulta.