Fugindo do romantismo do Dia dos Namorados, vou aproveitar para falar sobre um assunto que me incomoda muito: criança não namora! Detesto esse tipo de brincadeira, acho de péssimo gosto. Estimula a erotização infantil e reforça todo o machismo que pretendemos combater nas próximas gerações. E isso serve para meninos e meninas, é indiferente.
As crianças reproduzem o que ouvem ou o que observam. Portanto é nosso papel não estimular essas brincadeiras. Crianças são amigas umas das outras, por afinidade, independente de ser do sexo oposto ou não. A criança apenas está aprendendo a se relacionar, é uma etapa do processo cognitivo. Sem nenhum outro interesse, sem as projeções dos adultos.
Nossos filhos não sabem – ou deveriam não saber – o que é um namoro. Um abraço no amiguinho, um beijo no rosto e demonstrações de afeto que ele recebe dos adultos em casa são seu instrumental afetivo.
Além da erotização precoce, esse comportamento dos adultos em “estimular” relações, mesmo em brincadeiras, que não são adequadas ao mundo infantil pode levar a criança a desenvolver frustrações e baixa autoestima.
Professores e escolas também precisam estar atentos. A conversa precisa de uma correção de rota, caso o papo de namoro surja muito cedo. A infância é feita para brincar! Não vamos usurpar esse direito dos nossos filhos!