Milhares de crianças são abandonadas por seus pais, quando as mães se descobrem grávidas. Outras tantas são abandonadas no decorrer da gravidez e outras logo após o nascimento e nos meses seguinte. E há ainda as que são abandonadas anos seguintes, normalmente, quando o pai constrói uma nova família.
Difícil compreender a capacidade do ser humano de deixar à própria sorte quem ele mesmo gerou. Quem é tão cheio de encantos e tem o poder de nos fazer mudar tanto.
Difícil compreender a falta de empatia, de cuidado, de carinho, a incompreensão com quem manteve pelo menos uma relação sexual da qual gerou-se um bebê. E que, na maioria dos casos, manteve muito mais do que isso, manteve um relacionamento. E assim, quase que do nada, tudo acaba.
Acredito que as razões de abandono sejam diversas, mas que a maioria esteja ligada à imaturidade e ao medo das responsabilidades vindouras. Responsabilidade emocional, mental e financeira.
Há os que abandonam por completo e há os que abandonam parcialmente. Caso dos que pagam pensão, mas pouco veem os filhos e participam de suas vidas.
Entendo que relacionamentos acabam e que isso é parte da vida. Acredito, verdadeiramente, que mais vale terminar um relacionamento do que mantê-lo capenga por anos. Mas, difícil é entender o abandono da criança e desamparo de uma mãe quando ela mais precisa de apoio. Relacionamentos acabam, mas a paternidade permanece. Ou deveria permanecer.
E a mulher fica ali no olho do furacão. Não bastassem as preocupações rotineiras da gravidez, há ainda a preocupação de como será dali pra frente, como as necessidades emocionais da criança serão supridas, o que ela irá dizer quando um micro ser perguntar para ela sobre seu pai, como serão os dias dos pais na escolinha, como será o sustento financeiro do seu filho.
Essas foram algumas das perguntas que consegui pensar tentando me colocar um pouco no lugar dessa mãe. Mas tenho certeza que os questionamentos e as incertezas são muito maiores.
Mãe solo, nem de longe consigo me colocar no seu lugar de forma a sentir a sua realidade em todos os sentidos. Mas desde já, gostaria de te dar um abraço e dizer VOCÊ É FODA! E que fdp!