Dia 12 de Junho é a data escolhida para comemorar o Dia da Cardiopatia Congênita. Você sabia que 1 em cada 100 crianças nasce com alguma alteração na estrutura ou função do coração?
Considerada a principal causa de óbito na infância por doenças congênitas, a incidência da má formação cardíaca é oito vezes maior do que a da Síndrome de Down, por exemplo.
O diagnóstico prévio aumenta as chances de cura. Por isso, é importante fazer o pré-natal. A anomalia atualmente pode ser identificada pelo ultrassom morfológico, feito por volta de 20 semanas de gestação. O ecocardiograma fetal é outro exame importante para verificar as condições do coração do bebê ainda na barriga. Após o nascimento, o “Teste do Coraçãozinho” (ou oximetria de pulso), é realizado antes da alta hospitalar, entre 24 e 48 horas após o nascimento pelo pediatra que assiste o parto. O exame passou a integrar a triagem do Sistema Único de Saúde (SUS) em junho de 2014 e é capaz de detectar precocemente cardiopatias graves nos recém-nascidos.
O que causa a cardiopatia congênita?
Não se sabe ao certo o que causa a cardiopatia congênita, mas há suspeita de algumas condições:
- As alterações genéticas ou cromossômicas na criança, como a síndrome de Down, que leva a uma incidência 8 vezes maior de desenvolver alguma cardiopatia;
- Uso de certos medicamentos, álcool ou drogas durante a gravidez;
- Infecção viral materna, como rubéola, no primeiro trimestre de gravidez;
- O risco de ter uma criança com doença cardíaca congênita pode dobrar se um pai ou um irmão tem uma alteração cardíaca congênita.
Por ano, cerca de 28 mil crianças nascidas no Brasil são cardiopatas, representando 1% da população. No entanto, estima-se que 18 mil deles (78%) sequer recebem o tratamento, seja por falta de diagnóstico ou por falta de vagas na rede pública de saúde.
Sintomas de cardiopatia congênita
Dependem também do tipo de malformação apresentado pelo paciente e podem aparecer em diferentes momentos na vida, não somente no recém-nascido.
- Cianose (pele com coloração azulada);
- Shunt – passagem anormal do sangue do lado direito do coração (rico em CO2), para lado esquerdo (rico em O2;
- Falta de ar;
- Pneumonias de repetição;
- Tosse;
- Sudorese ou cansaço para as mamadas (neonatal);
- Cansar rapidamente após exercício;
- Tonturas ou desmaios;
- Inchaço de tecido do corpo ou órgãos (edema), por disfunção do músculo cardíaco.
Como buscar tratamento?
O primeiro diagnóstico deve ser feito pelo pediatra. Caso haja indícios, ele encaminha o paciente para um cardiopediatra.
Aqui no Rio, desde 1996, a Doutora Rosa Célia, fundadora da instituição sem fins lucrativos Pro Criança Cardíaca, se dedica a atender crianças encaminhadas pelo Sisreg (Sistema Nacional de Regulação) para o atendimento de uma equipe de profissionais qualificados, cardiologistas pediátricos, onde realizam a avaliação clínica e exames como Eletrocardiograma e Ecocardiograma.
Outra referência, nesse caso particular, é a Maternidade Perinatal de Laranjeiras, que possui um Centro de Referência em Cirurgia Cardíaca.