Sou encantada pelo método montessoriano desde que o conheci, ainda na adolescência. Minha mãe teve uma escola na qual este era o método de ensino, no final dos anos 90, quando a italiana Maria Montessori ainda não era tão popular por aqui e seus métodos ainda assustavam aqueles que ignoravam as práticas usadas para dar mais autonomia à criança.
De acordo com o Montessori, o quarto deve ser um ambiente montado com foco total na criança, dando prioridade a ela e não aos adultos e estimulando a sua autonomia e desenvolvimento, deixando-a livre e segura em seu próprio ambiente. Isso implica em garantir total segurança para que a criança descubra o próprio quarto e desenvolva habilidades, mantendo móveis baixos, brinquedos na altura da criança e até mesmo suas roupas à disposição.
A explicação para isso é simples: não devemos ajudar a criança no que ela é capaz de fazer sozinha. Devemos apresentar e estimular as novas atividades e deixar que ela desenvolva seus métodos. O mais importante não é a estética e sim a funcionalidade.
Quando pensei em montar o quarto do Felipe, avaliei muito em fazer já naquele momento um montessoriano. Mas não se adequava à minha realidade. Eu não teria ajuda em casa, seríamos somente eu e o bebê e seria sacrificante para mim, operada de uma cesárea, abaixar para tirar e colocar um recém-nascido da cama no chão. Além disso, a disposição de elementos necessários (precisava naquele momento de uma cômoda com trocador, poltrona de amamentação e cama auxiliar na qual minha mãe dormia quando vinha me ajudar) para cuidar de um bebê não caberiam no espaço que eu tinha disponível para montar o quarto dele junto com os itens montessorianos.
Penso em mudar o quarto dele quando estiver próximo aos dois anos (daqui a seis meses) e comecei a pegar algumas referências, como essa aqui:
Quais são as 8 principais características de um quarto montessoriano?
- Cama no chão: criança deve conseguir subir e descer sozinha de sua própria cama, com autonomia para se locomover.
- Brinquedos e livros à mão: tudo ao alcance da criança, para que ela os explore sozinha e escolha os que deseja ler/brincar naquele momento. Uma das recomendações é que a criança não tenha posse de muitos brinquedos, mas que estes sejam oferecidos a ela aos poucos, fazendo rodízio;
- Armários baixos: a criança deve participar desde bem pequena da organização do quarto, sabendo onde colocar seus brinquedos e até mesmo suas roupas. Você pode não dispor de todas as roupas nessa arara, mas talvez ofereça a elas algumas opções à sua escolha.
- Quantidade mínima de móveis, de forma que o ambiente fique acessível para a criança;
- Tudo ao alcance da criança: ela tem acesso a tudo no ambiente, podendo fazer suas próprias escolhas e também aprender o mais cedo possível a organizar, estimulando autonomia e responsabilidade;
- Tapetes ou tatames: ambiente todo revestido (ou quase todo) com tatames ou tapetes (preferencialmente em materiais antialérgicos) facilita esta experiência, oferendo maior segurança e conforto. Além disso, é uma ótima experiência sensorial.
- Barras nas paredes: No caso do Felipe será dispensável, mas quando o quarto é feito desde os primeiros meses da criança, as barras de segurança facilitam o aprendizado de se colocar de pé e também dos primeiros passos.
- Espelho: Deve ser colocado na altura da criança, inicialmente na horizontal e, conforme a criança for crescendo, virá-lo para a posição vertical.
*Crédito das imagens: Blog How We Montessori