Vocês já ouviram falar em angústia da separação? Quando Felipe tinha oito meses sentimos bem essa fase – foi concomitante com o meu retorno ao trabalho – e agora, com 1 ano e 11 meses, temos percebido que ele está mais apegado a mim e ao pai.
Buscando entender esse momento, chegamos à teoria do apego, que deriva dos psicólogos John Bowlby e Mary Aisnworth e nos ajuda a entender essa fase: o início da independência e confiança das crianças têm origem em uma conexão segura com os pais. Propõe que crianças se apegam instintivamente a quem cuide delas, com a finalidade de sobreviver, incluindo o desenvolvimento físico, social e emocional. A meta biológica é a sobrevivência, e a meta psicológica é a segurança.
Ou seja, é importante permitir que os bebês sejam dependentes nessa fase para que possam ser crianças e adultos independentes emocionalmente no futuro.
A independência na primeira infância não pode e não deve ser ensinada. Forçar essa separação é a maneira mais equivocada de criar pessoas seguras e menos ansiosas. A verdadeira independência é resultado de um relacionamento amoroso e seguro com os cuidadores enquanto bebê.
7 dicas para lidar com a angústia da separação:
- Criar vínculos afetivos com os pais e cuidadores. Isso significa responder imediatamente ao choro do bebê, oferecer alimentação quando estiver com fome, troca de fraldas molhadas ou sujas e muita conversa e sorrisos.
- Tornar a casa um ambiente seguro também pode facilitar e encorajar a exploração do ambiente, sendo um bom teste para a independência e evitando que seja dito “não” todas as vezes em que a criança se aproxima de algum objeto que ofereça perigo.
- Abraçar e beijar, confortar o bebê principalmente nas frustações e se despertar durante a noite.
- Treinar ausências curtas, brincando de esconder com as mãos, desaparecendo do campo de visão do bebê e voltando a aparecer. Até os 2 anos de idade, a despedida tem conotação de morte para a criança, então ela acha que jamais irá rever os pais novamente. Brincadeiras como essa vão ajudar o bebê a lidar com a falta que sente dos pais.
- Sempre se despedir da criança, dizendo adeus, explicando aonde vai e afirmando que volta mais tarde. Jamais saia sem dizer tchau.
- Rotina é outro fator que ajuda as crianças a se sentirem seguras, já que elas sabem exatamente o que vai acontecer, como hora das refeições, banho e soneca.
- Os objetos de transição também são excelentes para acalmar a criança, sendo mais um artifício para oferecer segurança emocional.