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Festinhas: decorações autorais cheias de afetividade e significado

por Thainá Halac

As festas intimistas voltaram! Por aqui somos fãs de festas com significado e muita família com a mão na massa. Festas enormes e com grande ostentação de tudo – dos convidados às lembrancinhas – estão cada vez mais dando espaço às reuniões feitas em casa, com parentes e amigos mais próximos, resgatando a simplicidade e originalidade das festas de antigamente.

O mais importante de tudo isso: as crianças vão se divertir muito, simplesmente pelo fato de estarem juntas, no ambiente delas recebendo os amiguinhos. E por ser uma festa menor, nós, os pais, conseguimos dar atenção a todos os convidados e participar da festa de fato, desde a organização até o grande dia.

É nesse contexto que surgem as festas afetivas, com decorações cheias de significados. Procurando ideias para a comemoração de dois anos do Felipe, encontrei o Instagram do @Festinhas e me apaixonei pelo trabalho autoral, criativo, simples e incrível deles.

Cada festa é única, desenvolvida com base na inspiração ou tema proposto pelo aniversariante. A base do Festinhas  é em São Paulo, mas eles enviam para todo país.

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Foto: Juliana Pera

O kit festa é produzido por encomenda, totalmente com itens artesanais pensados para cada comemoração. Depois de pronta, a decoração é enviada e você monta a festa e não precisa devolver nada no final. A decoração inclui bandeirolas, toppers personalizados para doces, ilustrações e varal para o bolo, entre outros itens.

A Helena, co-autora do processo criativo das festas, conversou conosco por e-mail:

Qual a proposta da Festinhas?

Helena – Quando comecei o Festinhas, em 2013, eu via que a tendência eram festas gigantescas, ostentadoras, posudas. Eu sentia falta de ver algo mais simples, intimista. Então, acho que o Festinhas nasceu com a proposta de promover comemorações mais significativas e reais, mais comemoração do que cenário. Acho que resgatamos aquelas festas que tínhamos nos anos 80 e 90, onde as festas aconteciam em casa, a mãe providenciava a decoração, todo mundo ajudava.

Como funciona o processo criativo e de produção da festa?

Helena – Cada festa tem uma história então o ponto de partida é diferente para cada uma delas. Mas na maioria das vezes, as mães já chegam com um tema, uma cor, uma inspiração do que querem. A partir disso, eu faço uma releitura, busco referências não apenas em festas, mas em lugares que já visitei ou viajei, museus, livros, poesias, momentos…

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Foto: Levitarefotografia

Quais as suas principais motivações na hora de montar a festa?

Helena – Acho que a motivação é sempre a mesma: proporcionar um momento alegre para uma família e uma criança. É muito gostoso ver a criança curtindo uma decoração que fizemos para ela. E também há uma questão social que levo muito em conta. Vejo que a procura por festas com esse conceito têm crescido bastante, pois as pessoas estão pensando diferente, estão saindo dos padrões e acho isso bacana, desafiador. Reconfortante, na verdade.

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Foto: Juliana Pera

O tipo de festa que escolhemos para nossos filhos fala muito do estilo de vida que levamos. Festas em buffets, 200 convidados, animador e bolos falsos maiores que a própria criança é uma característica do Brasil. Lá fora, isso não existe. Na Europa e nos EUA, as festas infantis são celebradas com os amiguinhos mais próximos da escola, no quintal de casa, com decoração feita pela mãe, tias, avós. E vejo aqui no Brasil, uma caminhada (lenta, porém constante) nessa direção. E isso não tem nada a ver com o poder aquisitivo de cada família, mas sim de um estilo de vida, do lance de viver e valorizar o que é necessário e de proporcionar à criança o que é prazeroso para ela.

Quais são os temas em alta?

Helena – Na verdade, essa questão do tema é algo que questiono bastante. Nós temos essa cultura há anos que toda festa infantil precisa ter tema! Não sei ao certo quando e por que isso foi tão popularizado, mas é automático: já engravidamos e entramos nesse padrão. E aqui no Festinhas, pelo tipo de trabalho que desenvolvo, cada vez mais tenho recebido briefings de festas sem temas ou com pequenas inspirações, festas que valorizam a história, o universo da criança. Ou até mesmo algo que ela vivenciou ou vive no dia a dia.

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Foto: Mouraoinfantil

 Quais os grandes destaques do seu trabalho?

Helena – Eu acho que o que diferencia meu trabalho são os itens manuais que produzo. Porque hoje temos magníficas empresas de papelaria, casas de locações com um acervo infinito, empresas que fazem arranjos de flores e entregam tudo lindo na porta de casa. Se a mãe tiver paciência, ela mesma vai atrás disso e pronto, dispensa o trabalho de uma decoradora. Agora, os itens manuais são únicos, não são encontrados prontos nem à venda. Isso que torna uma festa exclusiva e, claro, diferente. Todas as minhas mesas têm itens feitos de maneira manual – criados a partir de ideias que surgem na cabeça, muitas vezes sem uma referência inicial – então precisamos colocar a mão na massa uma, duas, três vezes para chegar no resultado que queremos oferecer. Por exemplo; já tive festa de Yellow Submarine que, em vez de alugar a peça, eu mesma fiz uma releitura; de Carrossel, para a qual colei cavalinho por cavalinho no canudo e fiz o carrossel, de Cacto, no qual pintei uma gravura a mão. Eu prezo pelo simples, pelo orgânico. Não usamos plástico e nenhum outro material sintético. Só usamos flores naturais, bolo de verdade, comestível. Só usamos papelaria personalizada e na maioria das vezes, os enfeites são feitos por nós. Dificilmente compro algo em algum tema.

 

Compartilhe esse texto com aquela mãe criativa e descolada que você conhece!

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